Versões
Não me recordo de ter aprendido essa língua
Pois, da minha língua, não saiu nenhuma palavra
E por mais que a mão que te dei, não te agrada
Deixastes em minha mão motivo de míngua
Nas promessas vazias eu encontro um abrigo
Que vibra nas frágeis cordas da tua garganta
Sigo em frente, mas me encontro beirando o precipício
Continuo, sustentado pela fina corda que me ampara
Lamento se não consegui pensar direito
Enclausurado na imensidão do pensamento
Ocupando toda a extensão desse pé direito
Perdido dentro do próprio apartamento
E escrevendo, eu exponho minhas lástimas
Mas a folha do caderno demonstra não se importar
No arcabouço de motivos, firmo-me como uma vítima
Que nas folhas do sombreiro, o outono vai arrasar