Esconderijo

Estou por um tempo escondida, dentro de mim, introspecção, quietude, solitude, porém estou lutando, matando a gritos monstros que sufocam meu peito desde quando... eu nem sei.

Eles acordaram quando eu gritei "LIBERDADE", desde então, eles me perturbam dentro de mim, despertos! Morro e renasço sempre que um deles morre, também fico de luto para cada monstro morto, de certa forma eu me apoiava neles para que eu me sentisse envolvida, preenchida, acompanhada, confortável,acolhida, numa relação de Estocolmo de mim para com eles. Libertação trás tristeza por um período.

Experimento agora o esvaziamento de tudo o que parecia ser real, coloquei uma caçamba e estou jogando fora tudo o que sufoca, intimida. Primeiro dentro de mim, consequentemente fora.

E, aquele grito da liberdade, ainda está só dentro, me implodindo várias e várias vezes, e a faísca está cada vez chegando mais perto do pavio. Daqui a pouco os fogos de artifício se apresentarão na mais bela exibição, de luzes e cores, iluminando o escuro, os movimentos também acontecerão, consequentemente, fora.

Assim, no esconderijo, os espaços estão sendo alargados, arejados, suficientemente para que enfim eu me habite, agora sim, livre.

Denise Ribeiro dos Santos
Enviado por Denise Ribeiro dos Santos em 17/08/2022
Código do texto: T7584206
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