O dia que morrer não reze por mim, quero a solidão da fluidez do vento.
O dia que morrer eu peço para não rezar, não quero nenhum padre celebrando missa.
Por favor não quero pastor orando, se for possível ser cremado que pegue a cinza do meu corpo, atire em um campo improdutivo.
Não quero ninguém chorando, muito menos lastimando pela a minha morte.
O dia que morrer por favor esqueça que um dia estudei Filosofia, que fui o formulador de uma teoria científica, O Princípio da Incausalidade, como originaram todos os universos paralelos.
Que a matéria surgiu da antimatéria, a causa da anticausa, sendo a única realidade possível o infinito vazio, escuro e frio.
Por favor esqueça da minha pessoa, entretanto, saiba que nunca acreditei em deus, no diabo e no inferno.
Então compreenda que após a minha morte, serei apenas poeira química, o fluido da inexistência.
Quando morto o meu corpo em relação a uma barata morta, sendo comida por formigas, o meu corpo por bactérias, a diferença fundamental o meu corpo teve cognição desenvolvida.
Quando morrer serei apenas o fluido da antimatéria, a anticausa da causa, esqueça que fui um pensador por esse breve tempo.
Ao morrer pense que desaparecerei, entretanto, minhas células quânticas ficarão dissolvidas no solo frio.
Tudo que serei a minha própria inexistência.
Edjar Dias de Vasconcelos.