GRADE do TEMPO Código do texto: T7577729
GRADE do TEMPO Código do texto: T7577729
Você diz aos teus amigos de juventude
Que, dentro da grade do tempo,
Que se faz dentro do jogo da vida,
Eu fui o teu homem: perfeito e imperfeito.
Perfeito, porque você diz, com prazer,
Que, fora dentro desta grade do tempo,
Que a história chama de passado,
Por horas, em meus braços,
Você, por incríveis momentos,
Que se fizeram sensíveis,
Sentiu-se a mulher mais feliz
Que já houve dentro do mundo.
Por eu fazê-la mulher, num suplício fato,
Em sua fase enigmática da juventude,
Que dizem ser de aprendizado,
Dentro de travessuras e loucuras,
Dentro daquelas quatro paredes,
Onde saciei a tua sede
Com tanta sutileza, afagos e ternura.
Imperfeito, porque você diz
Que, fora dentro desta grade do tempo,
Por horas, em meus braços,
Você, por um louco ciúme,
Sentido dentro do teu virgem peito,
O aroma de um imperfeito perfume...
Que eu fosse, a partir daquele ato,
O teu nobre objeto sujeito.
Por eu fazê-la mulher, num suplício fato,
Em sua fase enigmática de juventude,
Que dizem ser de aprendizado,
Dentro de travessuras e loucuras,
Dentro daquelas quatro paredes,
Onde saciei a tua sede
Com tanta sutileza, afagos e ternura.
Que, fora dentro desta grade do tempo,
Que a história chama de passado,
Hoje, você,
Em indevidos momentos,
Quando revira os teus sentimentos,
O teu coração vive por viver
Uma vida arrependida de pura saudade...
Título= GRADE do TEMPO Código do texto: T7577729
Autor Maklerger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)
Escrito na Rua Três Arapongas 06, apto 31 — Bloco 06 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL
Data da escrita 07/08/2022
Dedicado à 26Z2M6A1N3O1E0L13M10J
Registrado na B.N.B.
https://docs.google.com/document/d/16K81TU0zCZKQGXwErWzqTQYmO-9vO-WWGtFYYoDYIB8/edit?usp=sharing
Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 08/08/2022
Reeditado em 25/11/2024
Código do texto: T7577729
Classificação de conteúdo: seguro
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A poesia “GRADE do TEMPO”, de autoria de Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes), é uma profunda reflexão sobre o amor vivido na juventude, que mistura perfeição e imperfeição.
Na obra, o autor explora as lembranças de momentos intensos e contraditórios dentro duma relação marcante, com sentimentos de felicidade plena e conflitos emocionais provocados pelo ciúme.
Os versos resgatam a beleza do passado, chamado de “grade do tempo”, representando tanto a prisão da memória quanto o espaço onde a vida e as emoções mais fortes acontecem.
É uma combinação de saudade, arrependimento e celebração do que foi vivido, evidenciada na reviravolta dos sentimentos no presente.
A narrativa romântica e nostálgica é envolvente, usando imagens sensoriais e metáforas para transmitir o impacto do amor na formação emocional de duas pessoas. A repetição de trechos reforça a intensidade das lembranças e cria uma musicalidade suave e melancólica.
Nesta poesia, a estrutura do tempo é apresentada como uma “grade”, uma metáfora que aprisiona as lembranças intensas de uma relação moldada por contradições.
Os momentos de perfeição se entrelaçam com as imperfeições humanas, revelando a profundidade de uma experiência marcada por desejo, aprendizado, e o impacto visceral do amor juvenil.
Ao final, a saudade emerge como protagonista, vivendo no coração arrependido que tem em vista reviver os fragmentos de um passado inesquecível.
Retórica e Reflexão
Nesta obra, Maklerger Chamas conduz o leitor a uma jornada profunda pela memória, explorando as camadas de um amor juvenil cheio de contradições.
O “tempo” é retratado como uma grade, um paradoxo que aprisiona e preserva os momentos mais intensos da vida.
A perfeição do amor, com seus toques de felicidade absoluta, contrasta com a imperfeição humana, revelada pelo ciúme e pelas dores da convivência.
O poema não é apenas uma narrativa sobre um romance passado, mas também uma meditação sobre a natureza da memória, do arrependimento e da saudade.
A saudade, como força dominante, não é apenas dor, mas também um elo que une os protagonistas ao que foi vivido.
A retórica envolvente do poeta transforma o amor em algo simultaneamente eterno e transitório, uma peça da “grade do tempo” que nunca deixa de pulsar no coração humano.
Este poema se faz profundo e cheio de nuances de nostalgia, saudade e reflexões sobre os papéis que desempenhamos na vida e no amor.
“GRADE DO TEMPO” transcende a simplicidade da recordação e entra no campo das emoções complexas, revelando um enredo onde perfeição e imperfeição coexistem no passado.
A dedicação do poema, com seu enigmático código alfanumérico, adiciona ainda mais mistério e pessoalidade, como se os sentimentos aqui descritos estivessem codificados para um destinatário único e especial.
A repetição de expressões como “dentro desta grade do tempo” e “quatro paredes” reforça a ideia de que o tempo e o espaço foram os verdadeiros contornos de uma história que deixou marcas indeléveis no coração de ambos os protagonistas.
O uso das antíteses entre “perfeito e imperfeito”, “felicidade e ciúmes”, e “saudade e arrependimento” expõe o dualismo das experiências humanas.
O poema não é apenas uma lembrança do passado, mas também uma análise sensível das emoções que moldam nossas histórias pessoais.
Aqui está uma análise retórica completa do poema “GRADE DO TEMPO”, enfatizando os aspectos de imperialismo, negativismo e positivismo totalitário, enquanto mantemos o respeito pela profundidade emocional e os simbolismos do texto:
1. Imperialismo no poema
O imperialismo, entendido como domínio ou controle, pode ser observado na forma como o “tempo”, pois este tempo, exerce sua autoridade absoluta sobre as vidas e emoções narradas.
A metáfora da “grade do tempo” simboliza não apenas uma prisão metafórica, mas também um regime opressor que captura os protagonistas em suas memórias e arrependimentos.
Dentro dessa “grade”, os momentos de perfeição e imperfeição tornam-se conquistas ou derrotas inevitáveis, determinadas por forças além do controle humano.
A relação amorosa descrita carrega elementos de domínio: o eu lírico, ao “fazê-la mulher”, assume uma postura imperial sobre a vida emocional da mulher, marcando-a com um impacto tão forte que a transforma para sempre.
Esse “imperialismo emocional” ecoa em como o passado continua a dominar o presente da mulher, forçando-a a revisitar, com arrependimento, aquilo que, um dia fora vivido.
2. Negativismo na obra
O negativismo permeia o poema principalmente na forma de arrependimento e saudade.
As memórias felizes são assombradas por um “louco ciúme” que quebra a perfeição do passado e semeia dúvidas.
O aroma do “imperfeito perfume” se torna o símbolo de um desencanto que destrói a inocência do amor juvenil e transforma o ato de lembrar em um sofrimento constante.
O negativismo também aparece na forma como o passado é descrito como algo inalcançável, uma “grade” que confina os momentos ao território do que não pode ser alterado.
O coração da mulher, “vivendo por viver”, retrata a resignação de quem foi vencido pelo arrependimento e pela impossibilidade de reviver o que um dia foi pleno.
3. Positivismo totalitário
O positivismo totalitário surge na tentativa do eu lírico de controlar a narrativa emocional, apresentando sua visão dos eventos como a única verdade válida.
Ele celebra a “perfeição” de tê-la transformado em mulher, mas minimiza as imperfeições e dores que surgiram como consequência.
Essa abordagem impõe uma interpretação única, quase dogmática, dos eventos vividos, ignorando as nuances e contradições que poderiam existir na perspectiva da mulher.
Esse positivismo também se reflete na idealização dos momentos felizes como “os mais incríveis do mundo”, uma tentativa de sustentar o domínio do passado como algo inquestionável.
A sutileza, o afago e a ternura descritos como qualidades do amor vivido são apresentados de forma tão absoluta que ofuscam as falhas e o impacto do ciúme e da dor.
Síntese retórica
O poema é uma reflexão sobre as forças que moldam nossas vidas: o imperialismo do tempo, que confina as experiências no passado; o negativismo das emoções, que colore as memórias com arrependimento; e o positivismo totalitário, que visa impor uma visão glorificada daquilo que foi vivido.
Essas forças se entrelaçam para criar uma narrativa intensa, onde amor, saudade e culpa se encontram em um jogo de perfeição e imperfeição.
“GRADE DO TEMPO” não é apenas uma poesia sobre o passado, mas também uma crítica implícita à maneira como somos dominados por ele.
O tempo, embora visto como algo imparcial, se revela aqui como um tirano que governa nossas memórias e sentimentos com firmeza, enquanto o eu lírico e sua amada se tornam prisioneiros emocionais dentro dessa estrutura inescapável.