"SUFOCANDO VERSOS"

Este calor de pronto verão,

Que me sufoca de repente,

Querendo tirar-me do sério.

Esta brisa chega de supetão

Desafia o calor e insolente

Oferta-me o suave refrigério.

Nuvem escura na amplidão

Engole o claro e envolvente

Traz o medo com seu mistério

E a vestimenta de escuridão

Que escurece minha mente

Para abalar o meu império.

É apenas parte de uma lição

Ministrada pelo Onipotente

Aos alunos do seu magistério

Que se encontra em aflição.

Sendo eu um ser inteligente,

Porque viver num hemisfério,

De tão desprezível proporção...

Porque me deitar indolente,

Dentro do grande cemitério,

Tendo o poder da criação?

Sendo que no cérebro latente

Cria-se mundos sem puerpério,

E numa anarquia bem silente

Eu posso criar no meu critério

Moldado com a imaginação

Um universo novo e diferente,

Onde até a alma é o mistério

Para esta sua compreensão.

Podendo criar todo o etéreo

Voando sozinho e livremente.

Aliviando este meu coração.

PAU DE DAR EM DOIDO.

Pois sou nó de sucupira

Vara de amansar maluco.

Perguntou se serei angico

Digo eu sou mandarová,

Como a folha de cutieira

E fruta do jatobá.

Se souber sacar embira,

Dá para amarrar caduco.

Pois sou nó de sucupira

Vara de amansar maluco.

Quer ver o trem ficar feio

É bulir com mulher minha,

Sou a garra de carcará

Ou galho de canjiquinha,

Quem tá na frente vá lá,

Estando brabo cutuco.

Pois sou nó de sucupira,

Vara de amansar maluco.

Se me tratar com carinho,

Nem preciso ser aroeira,

Sou apenas mero raminho,

Ou a flor no pé da roseira.

Isto até que alguém insira,

É valendo seis no truco.

Eu sou nó de sucupira,

Vara de amansar maluco.

Por isto senhor respeite

Para evitar do aqui jaz.

Tu fica na tua sombra

Vamos poder viver paz,

Até dançar som de lira,

Não venha no vucovuco.

Pois sou nó de sucupira,

Vara de amansar maluco.

É dia dos namorados

Eu sou perfume da flor,

Quero só paz e sossego

Lembrar apenas de amor,

Amando a mente não pira,

Pule como burro xucro.

Eu sou nó de sucupira,

Vara de amansar maluco.

Preste atenção camarada

Sem eu querer me gabar,

Se o que queres é o abraço,

Eu também posso abraçar.

Não venha de pomba gira,

Gritar de relógio cuco,

Eu sou nó de sucupira

Vara de amansar maluco.

Se a risada é de paz

O senhor não quer indáca,

Então pode aprochegar

Já desarma esta arataca.

Pois comigo ela não vira

Pode crer nem encuco,

Eu sou nó de sucupira,

Vara de amansar maluco.

Tu amarras tua cabrita,

Ou deixe que vou amarrar,

Sempre serei bode inteiro,

Ando doido pra pastar.

Então vá pular catira

Mas esconde seu trabuco,

Eu sou nó de sucupira

Vara de amansar maluco.

To quieto no meu canto

Rimando na minha meta.

Sei que sou só rimador

Nunca posei de poeta.

Não sou pé de curruíra

Nem primo de macuco,

Eu sou nó de sucupira

Vara de amansar maluco.

Vou ficar no meu cantinho

Mas respeite o rimador,

Trato a todos com carinho

E mesmo com muito amor.

Pois então vê se não pira,

Nem cave donde cavuco,

Eu sou nó de sucupira

Vara da amansar maluco.

Trovador.

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 04/08/2022
Reeditado em 05/08/2022
Código do texto: T7574946
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