AUTOENGANO _um jeito de viver
Reergo-me com o ronco
das pedras em Itapuã,
no chacoalhar das ondas
e suas espumas brancas
a pratear esse luar.
Esse silêncio cósmico
entre mim, o céu e o mar,
me afastam das palavras
e dos discursos
cínicos e sem razões.
Isso é tudo. Nesse instante
adoraria outra aventura,
uma naus sem rumo,
que viver nessa secura
dos afetos e sentidos.
Ser humano é habilitar-se
ao autoengano e assim ser feliz.
Nisso tenho abundância
de ignorâncias e vou deixando
rastros de incertezas.