MINHA SENTENÇA DE MORTE

Minha sentença de morte

Eu assinei quando deixei meu sertão

Pra vim viver na cidade grande, uma triste desilusão

Hoje vivo pelos cantos

E da família me envergonho

Querendo voltar pro meu sertão

Nem que seja em sonho

Rever o gado no pasto a pastar

As galinhas soltas pelo terreiro

Os porcos no chiqueiro

E as batidas do velho carneiro

Minhas lembranças são meu consolo

E assim vou enganando minha dor

Morrendo aos pouquinhos

Num constante clamor

Triste fim de um matuto

Que vai aos poucos se declinando

Nessa selva de pedra

Que vai pouco se importando

Queira Deus que quando eu morrer

Pro meu sertão eu possa voltar

Eu não nasci pra morrer na cidade

O sertão é o meu lugar

Rildo Babilônia
Enviado por Rildo Babilônia em 03/08/2022
Código do texto: T7574374
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