MINHA SENTENÇA DE MORTE
Minha sentença de morte
Eu assinei quando deixei meu sertão
Pra vim viver na cidade grande, uma triste desilusão
Hoje vivo pelos cantos
E da família me envergonho
Querendo voltar pro meu sertão
Nem que seja em sonho
Rever o gado no pasto a pastar
As galinhas soltas pelo terreiro
Os porcos no chiqueiro
E as batidas do velho carneiro
Minhas lembranças são meu consolo
E assim vou enganando minha dor
Morrendo aos pouquinhos
Num constante clamor
Triste fim de um matuto
Que vai aos poucos se declinando
Nessa selva de pedra
Que vai pouco se importando
Queira Deus que quando eu morrer
Pro meu sertão eu possa voltar
Eu não nasci pra morrer na cidade
O sertão é o meu lugar