SOU APENAS
Sou apenas andarilha
Semeio e colho nas linhas
Levo os risos, as lágrimas
Numa estrada empoeirada
Num trajeto sem mar
No rio que transborda
Ao som do universo.
Vejo cores riscando o mundo
A vidraça refletindo a vida
Beleza que me cabe.
Verdade que pouco sei
O que pensei, não era
O que era, não sabia.
As invertidas nos levam
Ao outro lado da margem
A realidade de um sábio
Vendo que pouco sabe
Diante a grandeza do universo.
Vivemos sem sol
Mas não vivemos sem o luar.
A vida e seus mistérios
A cobrança do ego
Salvando a rica memória.
Viver no egoísmo
Encorajado pelos poros
Ofuscando a reflexão.
Gratidão que sai
Mina que escorre
Levando rio ao mar.
Na face o mistério
Na plenitude de um aprendiz.