O QUE A MORTE PODE DIZER DA VIDA?...
O que a morte pode dizer da vida?...
E o que a vida pode dizer da morte?
Ao contrário da morte, a vida sempre sugere possibilidades.
Mesmo quando não se vê, a vida pode surpreender.
Ao contrário da vida, a morte cerra o nosso olhar,
mas o olhar terreno.
O espiritual ainda está
e é ele que conduz a um outro caminho:
o que desconhecemos,
o que até tememos e não devemos.
Ao contrário da morte, a vida nos desafia a olhar
o aqui e o depois
e consegue,
e segue fazendo
e se faz o que dá
e se dá o que tem.
É a vida.
E, se deixarmos o olhar respirar, ele poderá também ouvir.
Ouvir o silêncio, o nosso silêncio, o silêncio de
cada um.
E a ordem da vida, da morte e da vida após a morte
fluirá no seu ritmo.
É assim
porque cada um tem o seu ritmo,
cada um tem o seu tempo,
o seu por quê (?),
o seu como (?)
e o seu mistério.
Não existe caminho certo.
Existe o caminho de cada um:
onde há luz, onde há encontro, onde há paz...
Percebê-lo só depende de cada um.
A morte e a vida assim se cruzam,
tentando nos explicar o que devemos escutar
daqui pra frente e eternamente.
Raïssa Freire
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Interação com o pai, Fernando A Freire:
Começo e fim.
Todo fim tem começo, porém nenhum começo tem fim.
Somos todos infinitos, porque somos sementes.
O fim das sementes é o chão.
E é no chão que acontece o milagre de toda e qualquer
renovação, quiçá o milagre da ressurreição.
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