VIDA QUE SE ESVAI
Do próprio véu que assola sua história,
Do tão fúnebre suspiro de um anjo,
Andaste a vaguear no mundo,
Sombrio com sua harpa vagueante.
Até o crepitar de vida esmaecer,
Quando o mais decrépito se esvai,
Assim dissipando a natureza,
De onde um sopro não chega mais.
E a angústia em sua hegemonia,
Implora por sossego ânimo,
De um dia nunca mais ser possível,
Resguardar seu lúcido âmago.
Todavia o lamento aparece,
Tão sombrio como antes fora,
Mas o que sobra são apenas vestígios,
De uma vida que se esvai.