Quartos cinzentos
Paredes lisas sem marca alguma
Passadas vagorosas até o corredor
Estranhos no mesmo canto, no teto coberto
Silêncio temeroso, ali já não tem amor
Quartos cinzentos esmagados de tristeza
Porta-retratos antigos sem atualização
Forros dobrados, sandálias guardadas
Não mora vida em toda a arrumação
Horas descontroladas de dia e de noite
Vozes baixas por medo de provocar
Quem diria que a vida feliz que tinham
Por causa de descuido ia dessa forma se acabar.