Ah, essa vida desmedida!
Ah, esse olhar contemplativo, desmedido,
contemplando a vida nessa caminhada!
Olhar do tamanho desses erros tortuosos,
nesse fazer e desfazer de trilhas e tropeços.
Caminhei muitos andares e me perdi na aridez,
entre deleite e nostalgia, me refiz dos meus conflitos.
Agora meu caminhar se ancora nesse porto,
nessa saudade de outros dias que vivi entre sorrisos.
Ah, essas ambições mesquinhas, essas farpas,
esses ouvidos surdos, dessa gente intolerante,
com palavras ásperas em suas narrativas e embustes,
deixando desertos, entre dor e desencanto nessa estrada!
Nem um dia mais reivindicarei nada por ti, vida.
Quero os caminhos trilhados, a leveza e a serenidade,
que alimentam meus sentidos, refazendo minha vida.
Ah, esses silêncios, essas ruas vazias, essa falta de alvoroço.
Olho melancolicamente o mundo em tom de cinza.
Esses despropósitos, esses olhares tristes, essas incertezas.
Tantos apelos distorcidos, tanto vazio, tanto engano...
Não trago esperança, reinvento minha vida, os meus sonhos.
Ah, esses atropelos, estou cansado desta monotonia!
Será que não há esperança em algum lugar?
Quero um esconderijo para repousar, esquecer, revigorar
minhas poesias e reflexões, sem medo, sem becos escuros.