Sei que para ti, guardarás o meu tesouro
Que nem o ouro mais reluzente o ofusca
Em minha busca, o prazer bem mais vindouro
Nem ao decoro nem ao respeito te diminuta
Os meus anseios se remetem ao acaso
E meu atraso foi viver sem contemplar
O teu olhar, que a mim, sempre arrebata
Me maltrata, me alimenta e me faz sonhar
Rico e valioso, indispensável o teu apreço
Sei que não mereço, mas insisto mesmo assim
Pois se ao fim, sempre existe uma saída
Minha partida se anula ao ouvir teu "sim"
Feito as águas de um rio violento
Experimento em minhas veias o sangue urgir
Com pedidos indeléveis, por um momento
O sentimento que doía por ferir
Admito que talvez andei em falso
E por percalços, me senti quase impotente
Tendo em mente que veria um vertedouro
Tão duradouro, intocável e imponente