VENENO NO PÃO DA ALMA
Semear frases ao vento
Na terra arada pelos sentimentos
Disputar meu vôo em algum momento
Na sacada ver o que todos viram
E mesmo assim enxergar o que ninguém mais viu
Mas sei que olho e não entendo
Sei o que está escondido, porém não desvendo
Esconde-se por trás das paragens
Paira no curral em meio aos bois
O cavaleiro cavalga sem intimidar-se
Sem perceber que há um antes mesmo agora entre o depois
Então
Talvez e agora
São conjugações do mesmo verbo
Independente do estado
Todos se movem pelo presente
Não dá pra mudar o passado
Do futuro quem sabe?...
Cada semente já brota
Vejam...
Já nascem fermentadas
Prontas para o pão desalmado
Alimento para as mal amadas
e para os cafajestes salafrários, veneno!
Não tem comparação ao amor que dê jeito a isso
Não tem multiplicador nem parâmetros que possam medir ou indicar o amor
Por mais que alguém tente
É conta que não bate
É imensurável
O que se pode fazer é uma entrega
Mas não plena
Ninguém ama por inteiro
Até entender a perda
Até que desconfortado
Seja interrompido por aquilo que pode extinguir o amor
E na perda se entende o que não poderia ter esquecido
Que pena...
Miseráveis amantes Imperfeitos que somos
Que nos contentamos em assimilar tudo e nada entender
Até saber que não dá pra voltar atrás
Pois o amor é estrada que desmorona
desbarranca
Só dá pra andar pra frente
Ancorado ao que ficou pra trás
30/06/2022
11:19hrs