VÔMITO
Neste cantinho diminuto do mundo, onde me escondo,
Seguindo, a distância, a carruagem humana passando,
Escutando os sinos das capelas que anunciam encontros,
Vivo o introspecção do refúgio da minha vaga filosofia.
Mundo estranho, concluo, criticando afoito a saga que assisto,
Com valores que elejo mister sendo desmontados pela soberba,
Modernidades que afrontam a vida comunitária das aldeias,
E eu aqui, refugiado, aquietado, temendo as consequências.
Vontade de gritar ao mundo alertas sobre o descaminho,
Das trilhas por onde persistimos seguir irresponsavelmente,
Mas a garganta falha, o sons são abafados pela ignorância,
Construída pela prepotência, arrogância, ganância e outras ânsias.
Escrevo nas paredes que me cercam e me encarceram,
Palavras que revoltam meu pensar, que vomitam filosofia,
Dentre elas a hipocrisia, em letras garrafais, horrendas,
Marcada com x avermelhado de sangue das lágrimas tantas.
Apoquentado me entrego ao desconforto da resiliência,
Deixo ao juízo de cada um as consequências do destino,
Frequentemente deixado às mãos de Deus, irresponsavelmente,
Nessa boba e inconsequente entrega do destino a mãos alheias.
Rogo clemência a sabedoria para que não se afaste de mim,
Que teime em ocupar outras tantas cabeças, compulsivamente,
De forma que as paredes da caverna do pensar se alonguem,
Cabendo mais, muito mais, senso, lucidez, pensar e lógica,
Nas mentes tantas quanto necessário para corrigir o mundo.