Fera faminta

A vida é uma vela acesa

no caminho do vento...

Num sopro mais forte

um bafejo da morte

chega o momento

em que a chama se finda.

Tempo consumado...

Lume apagado!

Corpo e alma se deslinda...

É a sina do homem...

Anseios o consomem

e ansiando quase não vive.

Aliás! Quase é o seu lema!

E quase vivendo sobrevive

ruminando seu dilema.

Mas ansiar é um problema,

porque o tempo não espera.

Ele ruge feito uma fera

que tem pressa de se alimentar...

Boca aberta a esperar

pela hora da colheita...

Fera sempre insatisfeita,

estrategista e sorrateira...

Sua emboscada é certeira

e o seu golpe é fulminante.

Quando chega é ligeira

e cessa a vida num instante...

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 27/06/2022
Código do texto: T7547308
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