Fera faminta
A vida é uma vela acesa
no caminho do vento...
Num sopro mais forte
um bafejo da morte
chega o momento
em que a chama se finda.
Tempo consumado...
Lume apagado!
Corpo e alma se deslinda...
É a sina do homem...
Anseios o consomem
e ansiando quase não vive.
Aliás! Quase é o seu lema!
E quase vivendo sobrevive
ruminando seu dilema.
Mas ansiar é um problema,
porque o tempo não espera.
Ele ruge feito uma fera
que tem pressa de se alimentar...
Boca aberta a esperar
pela hora da colheita...
Fera sempre insatisfeita,
estrategista e sorrateira...
Sua emboscada é certeira
e o seu golpe é fulminante.
Quando chega é ligeira
e cessa a vida num instante...
Adriribeiro/@adri.poesias