SEMEAI A MIM

Não quero que me soprem areias de vendavais

E tempestades funestas que trazem restos e arestas mal lapidadas

O que quero é voar no olho do furacão sem pressa

Subir ao longe e espalhar-me feito chuva de verão em imersa e disforme sintonia

Mas quero que os restos semeados sejam muito bem plantados

Ter meus galhos enxertados em frutas doces ou azedas

De amarga já basta o sumo da vida

Não me forcem a refazer a velha estrada

Trilhar caminhos de pedra

Quero mais que caminhar no hodierno

Quero transitar e ser intersecção entre o obsoleto e o moderno

Quero mais saber o que não sei e aprender o que jamais ensinarei senão pelo espaço aberto

O que sou e quem fui

apenas semeei

Sem limites ou fronteiras

Mas com subliminar vontade

de ser eterno

Vejam! No canteiro!

As palavras acabam de fotossintetizar uma flor amarela de medo...

Seu caule não é capaz de sustentar este argumento

Mas ela está por aí

A enfeitar um vaso qualquer

por qualquer casa em novembro

Seu cheiro espalha ideias ininteligíveis por um linguajar no vento

22/06/2022

13:14hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 22/06/2022
Reeditado em 22/06/2022
Código do texto: T7543383
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