Sonho
Eu deito a cabeça
no travesseiro, e começo
a dormir e imploro a sonhar.
As vezes funciona
as vezes me arrependo
geralmente, ao acordar.
São sonhos que sonho
e penso sonhando
que gostaria de sonhar.
São culpas que carrego
não sei porque ao certo
se não sou eu, ninguem mais vem a julgar.
Sonhos ruins
de escolhas incertas
que meu passado jamais aceitará.
Não há culpa,
mas há incerteza,
eu jamais tinha dúvidas a pensar.
A arrongância de um jovem
ou a sabedoria de uma alma velha
fico a ponderar.
São sonhos que sonho
e penso sonhando
que não deveria sonhar.
Signos mentais,
de passados astrais
e brincadeiras de voar.
Voar para longe
uma terra distante
minha criança pra sempre pensará.
E quanto mais sonho,
e deito sonhando
mais transborda e escrevo sem cessar.
Desejo seguir sozinha,
longe de minha família
para de fato experimentar.
Eles tem medo de mim,
tem medo por mim
e ficam a me cercar.
Eu me sinto presa
me sinto abandonada,
por não me apoiarem a voar.
São sonhos que sonho
e penso sonhando
que só queria sonhar.
E desacelero a batida
do pensamento em seguida
me pego a pousar.
Sonho acordada,
sonho deitada
só penso em voar.
Não quero um momento
o mundo é meu lar
porque nômade penso em andar.
Andar pela Terra,
guiada por ela
e meu coração a voar.
Desperto e acordo
de manhã comemoro
cada sonho que há.
Meu coração não se cala
pagarei o preço por tara
de tudo que alimentar minha alma a voar.