A prevalecência de um novo tempo.
Brilhou no infinito o amarelo, ficou vermelho o universo, modificou o azul do cosmo, o sol moveu por trás das nuvens, nasceu a nova aurora.
A esperança penetrou por dentro dos raios de hidrogênio, a linguagem atingiu a cognição, foi superada a razão logocêntrica.
Então o medo venceu a ternura, o sorriso ficou escondido entre os sinais dos dedos, deste modo, o tempo foi alterado.
Surgiu entre as montanhas a profecia, o olhar já não tinha a mesma extensão, o grito surrado de vozes distantes.
Com efeito, o nascimento da superação da era pós contemporânea, o relativo transformou-se em absoluto, a incerteza em incausalidade, as leis da nova Física.
O extermínio da velha Filosofia.
O início não teve início, a causa era sem causa, a matéria o fundamento da anti matéria, a metafísica uma ilusão.
Todavia, nasceu o grito silenciado dos desesperados, a mensagem deixou de ser terapêutica, o trilho não teve começo, meio e fim.
Foi quando o vermelho perdeu a causa, o azul apenas o reflexo perpetuado das árvores das florestas, as águas dos rios ficaram turvas.
Portanto, naquele instante, o que existia tão somente o caminho fugitivo, quanto a mim tive como tarefa a verificação do sol.
No outro dia dormi, o despertamento não foi possível, tinha como missão entender os pés que levaram a escuridão.
O hidrogênio tinha exaurido, então procurei entender as definições do silêncio.
Edjar Dias de Vasconcelos.