IMPRESSÕES
Não me importo se não sou lido e aplaudido,
às vezes o poeta escreve para a posteridade.
Trago comigo a impressão de que
a geração que vai se debruçar sobre a minha obra
ainda falta nascer;
será a geração da minha neta Aurora,
acalentada, com muito amor, em meus sonhos.
Sei que um pedaço que um poema
seria o suficiente para imortalizar um nome,
mas eu não quero a imortalidade do nome,
eu quero a imortalidade da alma!
Em tudo que faço
procuro evidenciar a poesia,
como quem dá polimento
em uma peça enferrujada,
de uma relíquia encontrada.
Sou insistente
nessa luta diária
e já não brinco com as palavras
como antigamente.
Tenho alguma coisa de agricultor como meu pai,
cultivo palavras em um terreno agreste.
Sou esperançoso e paciente,
mesmo quando o sol da indiferença seca tudo.