SILÊNCIO

No lugar da fala o silêncio se expande de olhos fechados e ouvidos abertos.

E aprende o que precisa e aprende onde pisa.

De volta pra casa, ecoam no silêncio palavras que voam e outras que se

guardam dentro da caixa, para o sono das memórias.

Ainda na aurora o silêncio acorda e novamente escuta a voz do mundo,

que ressoa na queda d’água sobre a pedra; no coaxar dos sapos; na canção

das abelhas; na jornada produtiva das formigas; na marcha inevitável sobre o

concreto.

Até que o silêncio perscruta e ouve sua voz.

E a sabedoria adensa dentro do seu próprio silêncio e navega nas águas

do rio da vida e viaja em busca dos significados, fustigando os sentidos.

E as respostas mais complexas, quiçá, não tirarão o véu das perguntas mais

elementares.

E quanto mais o silêncio distribui, mais a sabedoria flui, e deita sobre o âmago

da vida seu sossego e sussurra em seu ouvido suas incertezas.

O silêncio grita no imaginário popular como um pêndulo que oscila no ar e

sente, enquanto durmo árvore e acordas semente.

Orlando Alves Ribeiro
Enviado por Orlando Alves Ribeiro em 28/05/2022
Reeditado em 30/05/2022
Código do texto: T7526012
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.