[EXISTIREM... EM COMUNHÃO] (Dueto)
Novo dia
Um acordar de novo...
Na roda dos dias
Existências se entrelaçam
Vidas passam...
A cada embate
Um novo capitulo
É escrito...
A cada cotidiano
buris invisíveis
talham
o Ser...
A fragrância e a beleza
de que s’esculpiu em sua forma
Nos contornos que a desenharam
e na mística de seu perfume
Oh! Qual foi o notável artista qu'então a criou?
E... por que assim o fez?
Apenas por fazer? (ao qu’eu não creio)
Visto que, na criação
Não há desrazão...
E, portanto, eis que o ser
Em questão, qual linda flor
Desabrocha divinamente
Doando
à Vida
O melhor de si...
[A existir...
Todavia, que pena!
A que no tempo do exílio
Da alma amada
se separou...
Mas, quem sabe, um dia, o reencontro se dará
E viverão d'outro modo (diferente do que estão agora):
Na reciprocidade das vidas...
qu’em verdade,
são uma só unidade...
E não viver, jamais, só... para si mesmas
ou uma d'outra distanciada...
[Mas sim, uma pra outra
E na outra...
Quantas vezes, essas almas, no exílio,
não sonharam com esse instante
De divina comunhão?
[Quantas vezes?
Ah! Desde o início dos tempos... Decerto!
Quantos desejares repercutiram
No místico pulsar que a todos chama
Na comunhão de vidas
a se fazer... em tudo
Unas...
Abençoadas Almas
Que aos pares no tempo se unem
(ou que deveriam se entrelaçar)
Quais vivos corações
em uníssono
a baterem...
[Despertando
O prazer...
E neste coexistir,
oh! inegável permuta:
Das mãos que regarão su’as peles
Na avidez dos anseios
Mútuos...
A então retribuir
Co’amor
O gozo
De existirem...
Em comunhão.
Juli Lima e Cássio Palhares
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Música de harpa (ouça)
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