QUESTÃO DE MOMENTO
Preenchidos os momentos
intensidade e querer avançam sem freios
Natureza voraz que impele o movimento
Nada fica parado
e todas as coisas dançam
em obrigação de faminto intento
Vê a natureza
Tudo trabalha
Não existe pausa nem folga
A voz comanda em silêncio
Não se cavalga na estrada
Sem exatidão e senso
Vai-se
impelido por ela
Inerte ou ativo
Não importa
O tudo se mostra em questão de movimento
Eu aqui contraponho
Batalho
A decisão dos diálogos
Na insurreição do monólogo
Polêmico
Me ponho como rebelde
Anarquista estacionário
entre a decisão e o bom senso
Nada me impele
A não ser eu mesmo
Então caminho a favor do vento
Ou duelo com um furacão
O que importa é não estar parado
ou ser levado a mercê das correntes nos acontecimentos
Tudo é questão de ponto de vista
parar e andar são ações que nos movem na mesma pista
Olho o retrovisor e tudo vai ficando pra trás
Independente da ação
Nada é tão pouco
Nada é tão demais
Acelero
Depois freio
Inevitavelmente
23/05/2022
12:00hrs