Ilusões

Toda a felicidade em mim

Ainda que envolta em senões

Deliquesceu-se um dia

Até fugir

 

Em incógnitas me perdi

Voando sobre abismais

Sonhando sentimentos vãos

Onde os corações não fossem tão venais

 

Existem coisas que é melhor não compreender

 

Se perdi

Completamente em algum tempo

A inocência bela que sempre carreguei

E deslembrei então que o fado

Sempre nos fez nascer e morrer

Sós

Em solidão, sem portas ou janelas

Nus

Como árvores aferradas ao chão

 

Mas sei que algo em mim

Nunca me deixa olvidar

Que dentro do luzir de um tempo

O universo conspirou por nós

Antes de tudo novamente sombrear

 

E de ilusão em ilusão

Quando cada uma se desfaz

O que é mais triste

E dói

É não ter mais no que esperar

 

Porque os dias

Tornan-se diferentes

Quando a inocência

Não mais se faz presente

 

Rômulo Pessoa