Belezas alheias

Enfeitando das belezas alheias que encontrava

Sem avaliar ao certo a que se referia

Pegava tudo que lhe davam

Não se importava com quem oferecia

Achou espaço sobrando para toda a aceitação

Acumulou tanto dos outros que não se sentiu

Arrastou-se pelas vias apropriadas

Via a tudo e a todos, mas nunca mais se viu

O cansaço chegou e eram grandes os horrores

Fazia sobrar os desgostos do tempo

Fazia pensar que a vida era desse jeito

Que todas as horas eram reservadas ao lamento.