Sempre as lembranças
Sempre fica alguma coisa!
Fica no meu quarto teu perfume,
teus cabelos no banheiro entre sombras,
do teu sorriso amplo fica alguma coisa!
Fica alguma coisa, sempre!
Da tua ausência nas minhas noites,
do teu olhar, nessa febril mirada,
do teu corpo aquecendo meu corpo,
nessas noites frias, fica alguma coisa!
Sempre fica o gosto do teu beijo lânguido.
Fica essa amargura com tua partida!
Esse prenúncio de meus ressentimentos,
nesse crepúsculo do meu desamparo.
Fica alguma coisa, nesse desencontro!
Nesse desamparo, nessa ausência,
as abstrações nesses dias frios e intensos.
Fica meu silêncio sufocado entre paredes.
Caoticamente resplandece esses dias,
dias de infortúnios, entre odores, entre gritos.
Fica a lembranças dos momentos ternos,
das renúncias, das imprudências entre medos.