Esse barco

Navega o barco, sem rumo, inoportuno.

Carrega as cismas, imprimindo meu corpo.

Leva angústia, essa angústia flutuante e perene.

Permaneço inerte, desesperado, desesperançado.

Navega o barco, intransigente, sem rumo.

Sem rumo permaneço com esse corpo exausto.

Sem atalhos navego nessa vida de incertezas.

Entre marolas esse barco das minhas lembranças.

O vento sopra, o cais se afasta, navega o barco.

As velas dançam persistentemente nessa viagem,

desde um porto fictício, embalando pensamentos,

levando devaneios e saudades entre portos.

Navega o barco oscilante, impreciso.

Impulsionando meus desejos nessa miragem.

No balouçar das ondas renascendo meu deleite,

através do barco, a esmo, nessa viagem, meu espanto.

Lentamente se desvenda os segredos,

desse barco deslizando entre sonhos, entre medos.

Nessas noites estreladas, convidativa, me deleito,

entre as amarras desse barco errante, me encontro.

JTNery
Enviado por JTNery em 13/05/2022
Reeditado em 13/05/2022
Código do texto: T7515126
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