Carta.
Carta.
Aos amigos, minhas alvíssaras.
Aos inimigos, que percam o último vintém.
As donzelas que passam indiferente: amanhã virei mais bonito!
Aos industriais, que tenham misericórdia dos famintos.
Ao rei, [nada a declarar...
Ao papa, [nada a declarar...
Mas as damas da Noite, meu respeito...
Ao pastor, que fale menos e ore mais.
Aos donos de cinema, baixem o valor do bilhete.
Aos desempregados, não tenham fé, não adianta...
Aos poetas, que bebam do melhor vinho.
A mulher que amo, [nada a declarar...
Quanto a mim: que tenha sempre minha pena e tinteiro a meu dispor. (...)
B.G.