Resignação
Longas são as noites frias e escuras
(mais longas as noites de inverno!)
Tristes os dias de solidão, se perpetuando,
abrindo sulcos de incertezas nessa vida.
No semblante cansado, esse homem,
participante de um mundo que não vive
(onde só há esperas!)
Restam chagas nessa luta desigual.
Nessa brisa cálida, fica um pouco de esperança.
Chora alguém em uma calma colina, nessa paisagem,
um ser resignado com o tempo, em desalento,
permanece íntegro nessa noite triste, nessa espera.
Tudo é conivência, aceitação,
entre arremedos nessa vida de abandonos,
abandono desordenado nesse tempo corroendo.
Percebe-se cicatrizes profundas, nesse homem errante.
Longas são as noites nessa casa escura.
Doce fantasma inundando esse quarto dissonante,
disseminando angústia nessas rugas, nesses escombros,
nesse homem frágil, nessa noite solitária, fugidia.