Os dias esvaem-se, pó soprado pela brisa

A minha idade é já pergaminho e lembrança

Envelhecido, retrato esperanças e cansaço

Não me acode a impunidade da infância.

 

Tenho medo desta inexorável sequência

Que grita em meus ouvidos tanta finitude

Quero ficar, mas sei não ser natural

Existir além do insondável umbral.

 

Onde achar a fonte da eterna juventude?

Ponce de León não nos legou nenhum mapa

Só atiçou nas mentes a revolta inexata

De querer ser além do tempo que nos escapa.