Crime, Culpa e Remissão

Dói na cabeça a lembrança da fria machadada

Desferida no dorso de meus problemas.

Não era comum, mas me sentia um Napoleão,

Um homem extraordinário que imaginava está acima do bem e do mal.

E mesmo com a capa da culpa sobre a consciência,

Martelando os neurônios com a gravidade do crime,

Trilhei dias margeados em espúrias ações,

Onde cabiam largos prazeres, mas num poço de imoralidades.

No ego, o desejo de um mundo em pútridas sensações,

Que era delicioso, mas com teias que brotavam chorumes de contradições no dia a dia.

Com o tempo, o fruto do crime, a tentadora maçã de Adão e Eva

Já não parecia tão suculenta. E seus restos mostravam apenas devassidão.

A tensão da consciência, o interrogatório de um estranho juiz

Fizeram acolher as consequências dos erros

E reacertar comigo e as pessoas ao redor... Importante relembrar

Minhas misérias e os torpes caminhos como via de catarse moral.

Hoje arrependo-me pelo excesso de desejos,

Redimo-me pela atuação malograda no crime (aparentemente) perfeito.

Atenho-me aos que tenho sincera estima e navego no mar das ideias limpas.

Resolvo-me perante o ecoar irreversível do tribunal e cela que pairam na consciência.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 30/04/2022
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