A fé dos dragões
É sina do ser humano ser Sísifo
Nos altares dos mitos,
Sozinho, amamentando os dragões
Que engordam com dinheiro alheio.
Dízimos, promessas, velas, preces, candidatos...
Mercantilização da fé?
Vai ver que os dragões sempre viram a fé como mercadoria…
Mas ainda tinham dúvidas se a divina é profana ou santa.
Nem uma, nem outra…
Profano é o dragão que amedronta o povo com um conto,
Se alimentando de cobre, prata e ouro dos que se deixam guiar, cegos.
Enquanto vestido, nada eu via…
Mas quando me desnudei com a nudez de Platão
Refleti sobre a justiça de Xangô,
Meus olhos choraram… pelos indígenas mortos,
Pela escravidão, pelos batismos forçados,
E pela imposição de um mito mercadoria “goela abaixo”.