Palavra, voz muda!
A palavra que na voz fica muda
O papel expõe, revela, desnuda
Porque o movimento da mente
Nele desliza de forma estridente
Será que é tão fácil calar
O som de cada letra escrita?
Engana - se, é difícil ocultar
A voz que o coração grita.
Mas ao esvaziar - me de mim
Nessa quantidade de letras sem fim
Releio o que ao certo vivi
Desde o momento que a ti eu vi.
Um novo rumo tomou meu caminho
Ladeado de flores, coberto de espinho
Mas não pense que meus pés eu calço
Quando desato-me de ti o laço.
Não te levo de certo ao meu lado
Por uma estrada que fere meus pés
Preciso aprender que ninguém é culpado
De minha mazela ou de meu revés.
Tudo é bênção, tudo é lição
Que aprendemos no dia a dia
Tenhamos então gratidão
Por não sermos Vida vazia.