Ócio
Há uma força da natureza humana
devastando a nossa entranha
mas que muito se silencia:
A ojeriza ao ócio
o ato de não saber onde se pisa
o medo de não haver um algo mais
de perguntar e receber o taciturno
de mirar o nada e ser atingido em cheio...
A vida escorre por diversas sendas
Rochosas, lisas, desertas, floridas
Logo nos perdemos entre as fendas
E é árduo achar as saídas.
Problema é desaguar num recipiente
Uma gaiola de paredes translúcidas
Aí mora o perigo da liberdade miragem
O aquário se torna absoluto.