Sou caos

Se procuras em mim calmaria,

sou caos.

Encontro de águas:

pororoca, ressaca.

A solidão me apetece

e me entristece,

na mesma proporção

em que o riso

encontra o choro

e o soluço vira verso,

em uma tempestade

que precede o alívio.

Do alívio nasce a paz

e a surdez que emudece

a alma.

Nesse estado,

plano como a pluma,

refém da brisa,

saboreando a vista

até me encontrar

no olho do furacão

e reiniciar o giro

na roda gigante do caos.

Sua opinião sobre isso

não me interessa,

Mas às vezes sim.