Não morras, por favor

Não é incrível que se possa ver a estrela,

Embora ela morta, embora ela não mais lá?

Não morras, por favor, não morras.

Preocupa-me que já não reluzas

Em vida, assombra-me que já

Não te veja em vida,

Que tua vida seja só lembrança.

Suplico-te que não morras,

Não morras assim, inteiro,

Que não carregues tua luz

Pra outros universos, longe demais,

Demais para nosso vislumbre.

Não morras, não mates o que em tua imagem

Aos nossos olhos faz-se luz,

Não desças por demasiado,

Não saias do nosso céu.

Não morras, que morreremos todos nós

Em nossa parte que é tua,

A luz que te ama morre,

Nosso universo morre.

Não morras, que pedaços seus de vida

Morrem e vida escapa de alegria

Por toda a parte em que morres.

Não é incrível o efeito das estrelas,

Ainda que mortas?