Vibrações lacustres silenciosas
Óh líquido estanque
Que guarda os mais singelos sorrisos
Ainda que tímidos, porém
Esperançosos
De um novo amanhã.
As vibrações musculares
Cujo pulsar de veias
Movimenta-se
Buscando o impulso primordial para os passos subsequentes
Contrasta com os sucessivos engessamentos de minha arcada dentária
Em que suas fibras enrijecem-se como pétreas estruturas que teimam
Em não romper.
Os vasos sanguíneos
Que lutam para não meramente ceder
Às múltiplas pressões
Da aniquilação
Subjugação
E escravidão
Em vida
Neste momento
Parecem não alcançar o seu pleno ímpeto
A paralisia surge
Como circunstância fatalista
Sintomática de tamanho infortúnio.
Sufocamento.
Fadiga.
Asfixia.
O corpo já não suporta andar, andar
E sempre parar
No mesmo lugar.
Cada passo
De forma frustrante
Parece não alcançar o rumo, enfim, desejado.
A resignação e resiliência
Persistentes
Determinam o fluxo das coisas
Este lento, reflexivo, retraído, pensativo e sereno
Tal qual as pacatas, porém vivazes ondas desta laguna.