NUVENS MORTAIS.
Formam as nuvens no céu
Do pensamento embriagado
Pela lágrima da amargura
Neste triste céu nublado
Nuvens de pensamentos mil
Escuras por natureza roubada
Assaz esta tristeza febril
Que nos transforma em nada
Morte de intoxicação
Deste espirito em pranto
Onde todas as contrições
Deixam de existirem, no entanto,
Chuva de poeiras e vendavais
Sopram os ventos do cismo
Onde deita a alma sem véu
Onde espirito cai no abismo
Desde tempos áureos
A vida é sem motivação
Busca o nada e não encontra
Por não saber sua a direção
Morre tudo num inverno
Deixa a vida pra depois
Num golpe sem amor fraterno
Nada sobra de nós dois
É a vida em busca profana
De um lugar desejado ao sol
Deste mundo que só engana
E nos destrói como uma mó.