A Vida (Ruídos do Passado)
A vida existe ou a vida... “é”?
E o tempo... “é”... ou existe?
Se o tempo somente existe,
sê-lo-ia então... mortal?
Mergulho minh’alma nestas dúvidas.
Ao que o medo me invade.
Esmaga-me as incertezas d’agora
Embora haja muito [tempo] que
me seguem e assediam.
E a imaginação oh! Quanto ri de mim
e que nunca vai embora.
Qual o maior segredo do tempo?
O que haverá depois de suas portas?
E pensar que ninguém sabe o
que tem atrás delas.
E, no entanto, miro os olhos para
um desconhecido futuro.
Não, o meu único “hoje” vale mais
que milhões de “amanhãs”.
E muito mais que todos os “ontens”
que não mais existem.
Embora muitos ainda s’encontram
em minha memória.
Coisas do [psicológico] tempo ao que teimo
em carregar comigo, um tempo morto:
o passado.
Mas, a verdade é que passado
e futuro estão sempre... presentes.
Já que o presente é um permanente
e contínuo “agora”.
Enquanto houver desejos (das “vozes” do futuro).
E enquanto houver lembranças (dos “ruídos” do passado).