OLHOS DA ALMA
O vidro chora,
Olhando o movimento
Na madrugada nostálgica.
A alma tocada num sopro
Sorrindo alcançando a lágrima.
O frescor da noite
No ilusionismo da janela.
Olhos com olhos vendo a alma
Tocando no peito a saudade.
A seda desliza no vento
Plantando arrepios ao leito
Na lucidez colhendo o encanto.
Num enfumaçado que disfarça
O gotejar das lembranças.
Rios de minha memória
Desaguando na inquietude
Sacudindo a primavera
Folhagens soltas pelo chão!