Não há razão!
Não há razão para essa poesia,
torturando-me a cada dia, como castigo,
contagiando-me nesse cenário amargo,
desafiando meu ser cansado, nessas emoções.
Não há razão para esse amor fugidio!
No crepúsculo da minha vida, exalando,
teimosamente, sentimentos tristes, entre paredes,
sangrando episodicamente nesse vício do teu corpo.
Gritos lancinantes nessa sinfonia desencontrada,
nessa noite sem estrela, nessa vida torpe,
ensaiando abandonos nessa tua ausência,
angustiosamente confessando essas emoções.
Explosão de contentamento nessas esperanças,
recordando nossos beijos no passado,
nesse desolado momento de minha vida.
Não há mais razão para esse amor corrosivo.
Não há razão para tanta intolerância,
se a vida se desfaz num instante,
se o tempo passa e nos leva sem respostas,
entre amores e desencontros fenecemos.
Não há razão para tantos sentimentos erráticos,
cruelmente afagando-me essa solidão desmedida,
deambulando por aí, sem destino, nessas saudades,
deixando-nos silêncios nessas vagas lembranças...