[Vai uma “dose” de Imaginação, Fantasia, Reflexão e Poesia?] (Dueto)


Quem neste mundo
suportaria viver... sem a imaginação?
Órfão da Fantasia, da Reflexão e da Poesia?

Recreiam os sentidos co’a imaginação viva d’alma (ou da mente)
Se preferem a ficção, que assim seja, então
Todavia, que fique bem claro: não o tempo todo
Nem, jamais, eternamente...
Há que se conviver
Lá e cá...

[Eternidade x Efemeridade...

“Éter na mente”
Seria mais ou menos isso?
E no final do século XX era, então, o ácido lisérgico
No presente tempo são as máscaras de realidade virtual
As deliciosas fantasias... que se opõem à existência [concreta] e tão dura

Mundo da fantasia...
Ou, a que melhor se diria, mundo “de faz de conta”
Dos sonhos e das utopias ou enleios e encantos
A confundirem, ou entorpecerem a mente
Num “saboroso” e contínuo Carnaval?

O êxtase a parecer real a quem dele percebe
(pelo menos n’hora em que seus sentidos o saboreiam)
E, quem sabe, da imaginação a criá-lo
Desta a fabricar duendes e fadas a nos tirar de nossa cruel realidade

A verdade é que quase todos preferem a alucinação à razão
E por quê?
Sim, por que não gostamos [tanto] da Realidade?
Por que muitos querem dela fugir ou não a ver?
Seria ela feia?

A pouco tempo atrás (na verdade ainda até hoje)... Canabis (maconha)...
Psicotrópicos ... LSD... Ou para muitos... uma boa disse de cachaça ou de vinho
Hoje... Universo surreal... Máscara de realidade virtual
E a realidade, como sempre, nunca por muitos encarada

Ah! A realidade...
Na verdade, poucos a amam...
E, assim, preferem dar um chute na bunda dela
E vivemos quase o tempo todo... na caverna de Platão
Seria feia... a Realidade?

Realista ao que muitos de mim querem qu’eu seja
Realista?
E quem disse que os “realistas” não acreditam nas mentiras?
Muitos s’entregam a abstratas ideias
E nelas creem ser verdadeiras
(quando, na verdade, nem todas são)

E nest’instante eu a todos pergunto:
Quem neste mundo suportaria viver... sem a imaginação?

Bem, nunca usei psicotrópicos...(LSD, cannabis, pó ou sei lá o quêmais)
E jamais me afoguei n’uma bebedeira
Prefiro a minha “imaginação”
E soment’ela me basta
E co’ela vou seguindo...
pela “dura” realidade...

De se estar no mundo sem ser do mundo,
Como nos alertou Paulo de Tarso...

Prefiro, SIM!
Sempre preferi, a Imaginação...
Instigando o pensar, dando “combustível à mente...

[Vai uma “dose” de Imaginação,
Fantasia, Reflexão
e Poesia?

[Surreal dialogar... Eu sou as suas ASAS]

Trazia o Vento
De longe
Aquele lamento...

A empatia
Levou as asas
Até lá...

Numa margem de caudaloso rio...

A Lagarta foi encontrar...

***

As Asas
Da Lagarta
Se aproxima...

[Ser Divino
Em que posso
A ti ajudar?

Nos olhos da lagarta chorosa...

Surge o brilho da surpresa...

***

Solidária
As asas
Volta a perguntar...

[Ser Divino
Em que posso
A ti ajudar?

Volta o queixume...

aos olhos da lagarta...

***

{Desde que nasci...
Sofrendo
Rastejo

{Os caminhos
Me ferem
A pele...

Sinto que na outra margem...

Será diferente...

***

{Aqui cheguei...
Vejo o lado de lá
Mas, como atravessar?

{Perdi-me pelo caminho...
Atrasei minha
Caminhada...
{Sou um ser tão infeliz...

{Sou um ser que nasceu pra sofrer...

***

[Ser Divino
Nenhum ser...
Nasce pra sofrer!

[Sofre-se
É fato... Não há como negar,
Mas, nenhum ser nasce pra sofrer...

{Se tive algum momento sem dor...

{Nem me lembro...

***

[Chegaste
Aqui sozinha?
Pergunta as Asas...

Chorosa
A lagarta responde...
{Pelo caminho muitas lagartas passaram...

{Pareciam ter pressa... E, não sentiam os espinhos...

{E minhas dores, tamanhas, me impediram de acompanha-las...

***
{Aqui cheguei...
Seguindo as marcas pelo caminho,
Desviei, de obstáculos e também parei...

{Quando
A outra margem avistei...
Acelerei, mais me machuquei e não vi ninguém...

{Estou só. Só eu e essas minhas atrozes dores...

{Tão perto e tão longe da outra margem... Sou um ser sofredor!

***

[Divino Ser
Ninguém é um “Ser Sofredor”
O sofrimento, também, pode ser transformador...

[Todo sofrer
Tem uma causa
E pode ser evitado...

[Estar sofrendo, não significa “Ser Sofredor”

[Já se perguntou, por que as outras estavam apressadas?

***

{Ah,
Elas falavam do Tempo...
E que as dores do caminho seriam recompensadas...

{Elas nem demonstravam
Sentir dores ou sofrer...
Mas EU, sofro (aí)

{Não sou louca...

{Sinto que se chegar do outro lado, as dores me deixarão...

***

[Divino SER
Mas, por que parou aqui?
{Estou cansada de rastejar, cansada de sofrer...

[E, ficar parada aqui
Te ajudou nas
Dores?

{Você tem razão, aqui sinto mais dores

{Rastejando as dores me martirizavam, menos...

***

[Divino Ser...
E se as dores são menores
Ao avançar, por que escolheu parar?

[Vai desistir?
[Vai ficar aqui olhando a outra margem?

[Vai continuar aqui, se lamentado e deixando o tempo passar?

***

[Divino Ser...
Não se nasce pra sofrer...
Não desperdice seu precioso tempo...

[Urge
Que reflita
E escolha ser feliz...

[Não se é feliz, só na outra margem...

[A Felicidade, está em cada Ser Divino. Divina é toda a Criação...

***

[Divino Ser
O Tempo não espera...
E a outra margem, está a tua espera...

[As dores
São consequências
A felicidade é uma certeza!

{Mas, quem és? E por que vistes até mim?

SOU as tuas asas, e no tempo do tempo, voaremos pro outro lado...

***

[Vai uma “dose” de Imaginação, Fantasia, Reflexão e Poesia?





Juli Lima e Cássio Palhares




















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