Edjar Dias de Vasconcelos tirou dez no Exame Universa, faz quarenta anos.
40 anos que fiz o Exame Universa, a prova mais difícil do mundo, exigente, quem tivesse no currículo uma única nota inferior a sete não poderia fazer Exame.
Era um jovem moço, cabelos longos e despenteados, vestia simplesmente, usava sandália franciscana, entretanto, estudava 12 horas por dia.
A primeira parte da prova, escrevi 150 páginas respondendo diversas questões, tirei nota dez, a segunda parte foram 100 perguntas referentes a sessenta corpos doutrinais, tinha que responder as perguntas em alguns idiomas, três horas de Exame.
Respondi em latim, grego, aramaico e alemão, quatro professores doutores por universidades europeias, um deles o chefe da banca.
Toda pergunta tinha valor como nota de 1 a 10, cada professor dava a nota em referência, perguntas difíceis como foi a décima pergunta, Edjar você pode pode explicar se é possível usar o materialismo histórico como epistemologia, fundamentando a hermenêutica tomista aristotélica, gastei 10 minutos para responder essa questão.
A trigésima nova pergunta, me foi pedido para hermeneuticizar o fenômeno da ressurreição, se era histórico ou teológico, difícil a explicação, entretanto, a avaliação foi máxima.
A última pergunta, qual o significado epistemológico do Mistério da Santíssima Trindade, qual a exegese que faria, na explicitação da revelação do espírito santo.
Três horas respondendo, em um auditório cheio de professores doutores e colegas padres e futuros padres, algo emocionante, no final da prova eu chorava, tinha percebido que fui bem sucedido, queria que uma única pessoa estivesse naquela sala, o meu pai, Nicomedes Costa de Vasconcelos, ele sempre teve muito orgulho do Edjar Dias de Vasconcelos.
No final o resultado, nota dez no Exame Universa, fiquei três meses chorando, pouquíssimas pessoas na história da Igreja em dois anos tiraram dez, Universa vem de univera em latim aquele que sabe tudo.
Não conheço ninguém que tenha tirado nota dez no Exame Universa no Brasil.
Edjar Dias de Vasconcelos.