[O segundo beijo...] (Dueto)
Ah, o beijo!
O primeiro beijo...
Sonhado... Romantizado
E, o segundo beijo?
O segundo beijo...
Teria o mesmo “sabor”... do primeiro?
As nuvend’ontem... seriam as mesmas d’hoje?
A alvorada deste dia se repetirá... amanhã?
Não... não... não...
Outra vez... não!
Não há o segundo beijo...
Cada beijo dado
O primeiro
É...
Os movimentos [da vida] que sempre avançam
Mas nunca se repetem
Se a cada milésimo de segundo
Já não somos quem
Éramos...
As bocas
Já não são as mesmas...
Os sentires já não são
Os mesmos...
E o beijo?
Será o primeiro...
E uma palavra
...de amor?
Redizer uma palavra de amor
Aquela que pronunciada fora
Teria o mesmo efeito nos ouvidos que a receberam da primeira vez?
Pois, então...
Tal qual o beijo...
Uma declaração de amor...
Também não se reedita...
Cada vez dita
É a “primeira”...
O beijo
As palavras de Amor
Não refazem o mesmo caminho...
É sempre a primeira vez
Mesmo que seja, matematicamente,
A vez milésima... Não, não há a segunda vez...
Cursar pela segunda vez aquele caminho
O qual m’encantou os olhos com toda sua beleza
E nele percorrer todo o trajeto que anteriormente o viu
E de tudo previamente sabia
Visto que ficou na memória
E, vede que deste modo fez
Oh! Mas qu’estranho:
Não teve o mesmo gosto
Por quê?
Desencantou-se pelo que viu a partir da segunda vez?
Não!
São novas
As experiências...
A vida se repete (em seu gosto)?
Decerto que não
Mas não quer dizer que d’outras vezes não será bom
Oh, não!
Pode, sim, ser melhor
Quando “inovados” serão seus movimentos
E, portanto, a cada vez (ainda que n’uma mesma experiência)
... pode ser melhor
Todavia, nunca igual ao que antes foi
O beijo
As palavras de Amor
As experiências do caminho...
[Não se repetem...
Não há a segunda vez...
Renovar
Eis a palavra chave
E assim... tornar novo... o que antes provou
No que foi aprimorado, talvez, ou modificado, sei lá!
E não tanto... “reformado” (nem corrigido)
Tal como o espirito da Vida a se fazer na superfície do mundo
Em que ali nada se repete
E tudo se renova
Tudo é NOVO
De novo...
Ao que não se precisa guiar pelas lembranças do que sentiu
Sim, o que para trás ficou, não volta mais
A Vida não permite
Quiçá para o bem de todos
O dinamismo
Do universo
Influencia
A Vida...
Tudo se transforma
E o transformado
Novo é...
As novidades se fazem... n’um “período mental indeterminado”
Querer repetir o sabor du’ma experiência é o mesmo que
... voltar a um “período que já se conhece”
No qual este será “determinado”
Não tem graça
Contudo, como anteriormente foi dito, a garça pode ser maior
(desde que su’ação seja “renovada”)
O beijo
As palavras de Amor
Os caminhos...
Cada experiência
Da Vida...
Então...
Sonhe com o segundo beijo
Mas, viva intensamente
Cada beijo...
Tudo é novo...
Não há a segunda vez...
Juli Lima e Cássio Palhares
Roberto Carlos - Aquele Beijo Que Te Dei (Ouça)
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Imagens-Acervo Pessoal