Não sei o que é beleza

Nossa arte morreu faz tempo

O que sobrou são restos de desalento

Olho um quadro abstrato e vejo vômito

Regurgito o material do quadro insólito

Minha náusea faz parte da obra moderna

A barriga está fria, é a vontade que não se alterna

Excrementos da feiura compõe natureza-morta

A pífia subversão da beleza-morta

Deixaram no caixão velho uma mentira intelectual

Ou talvez eu seja apedeuta e não veja o novo normal?

Não sei o que o é a beleza

Não sei ver as formas da pureza

Talvez você não enxergue também

Talvez seus olhos foram tampados com um ‘’além’’

Um dia a essência das coisas se mostre à tona

Até lá, pulemos de cabeça no kaliyuga atoa

O que resta ao poeta ao se autocontemplar?

A caneta é o canhão da verdade ao lutar

A pólvora: combustão que ilumina o céu

E a guerra: necessária, mas boa aos bêbados de fel

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 19/03/2022
Reeditado em 19/03/2022
Código do texto: T7475837
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