MANHÃS
Aguardo um pouco na esquina,
até vê-la ser abraçada
pelo muro lateral da escola.
Aquela proximidade
me deixa mais seguro,
existe um acolhimento
pressentido e natural.
Retorno.
A cidade começa
a despertar
e tem início um frenesi
de carros na avenida.
Lembro que estou acordando
e ainda não tomei café da manhã.
De volta, já em casa,
saio do carro;
tropeço de leve
na pedra da calçada
e vejo uma borboleta amarela
flamejando suas asas
na flor vermelha do hibisco.
Sempre haverá
uma amorosidade
nas brisas matinais.