O TEMPO

 

Todo mundo quer matar o tempo

Este bicho arisco que nos arranha

Mas com o tempo a gente aprende

Que só é feliz quem tem a manha.

 

O tempo te esbofeteia bem no rosto

Com a suavidade de uma leve brisa

Ou ele te fere no meio do descanso

Com a hora que diante de ti desliza.

 

Todo mundo morre com o tempo

Ele nunca é acusado de assassino

Pois o tempo, tão feroz, tão voraz

Sorri para ti como se fosse menino.

 

Ninguém adestra o tempo rugindo

Ninguém o prende em uma gaiola

O tempo é livre, passeia pelas eras

A felicidade com a pressa se embola.

 

A ampulheta, o ponteiro e os dígitos

São garras do tempo, este bicho-fera

E o meu poema apenas mero registro

Do fragmento do tempo que me resta.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 16/03/2022
Código do texto: T7474165
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