EU CONFESSO MEU DESENCANTO
O olhar rígido, preciso
Vasculhando o paraíso
Em busca da flor perfeita
Entre o circo e a seita.
Vagando em ondas frias
Pelas ruas tortas e vazias
Na busca da flor incerta
Em qualquer porta aberta.
O que define cada momento?
A bota que pisa em cadáveres
Ou os pés sujos de excremento?
O olhar frio em busca de fogo
A mão esmaga a peça do jogo
Enquanto incertezas domam
Um coração que se deforma.
Eu confesso meu desencanto
E a lágrima cai como prova
Que dentro há desabamento
Cavando minha própria cova.
O que define a razão de viver?
A biografia que não será lida
Ou o raro momento de prazer?