EU CONFESSO MEU DESENCANTO

 

O olhar rígido, preciso

Vasculhando o paraíso

Em busca da flor perfeita

Entre o circo e a seita.

 

Vagando em ondas frias

Pelas ruas tortas e vazias

Na busca da flor incerta

Em qualquer porta aberta.

 

O que define cada momento?

A bota que pisa em cadáveres

Ou os pés sujos de excremento?

 

O olhar frio em busca de fogo

A mão esmaga a peça do jogo

Enquanto incertezas domam

Um coração que se deforma.

 

Eu confesso meu desencanto

E a lágrima cai como prova

Que dentro há desabamento

Cavando minha própria cova.

 

O que define a razão de viver?

A biografia que não será lida

Ou o raro momento de prazer?

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 01/03/2022
Código do texto: T7463121
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