Escravizado
Não sou descendente de escravos,
sou filho de um povo escravizado,
em um país macabro,
que para o seu ego alimentar
fui chicotado até chorar.
Nos seus troncos vorazes,
tirastes a vida dos meus irmãos,
nunca escravizado o seus, mas
fui tratado como bicho, preso
em suas senzalaz.
Horrendos como à noite fria
em dia de chuva, misturei minhas
lágrimas com o choro dos irmãos
que partiram para o Òrun Ayê,
Com a esperança de dias melhores.
Desde 1530, eu sinto
as chicotadas arderem no
cio do meu espírito, mas hereditária
são seus hábitos, que em pleno
Século XXI , não mudou em nada.
Texto dedicado a Sergio Laurentino