ANTÍDOTO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

ANTÍDOTO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

Não uso jóias... nem relógios nem anéis...

são tão cruéis as exigências da vaidade...

e a maldade vem em altos decibéis

basta que alguém difame alguém com crueldade.

Há, nos tonéis da prepotência, um vinho amargo,

de lastro largo, fermentado pelo orgulho

e, nesse entulho, a inveja fica a cargo

de destruir os devaneios que eu debulho.

A minha arte não é hobby...é minha pele

mais metafísica, que solta-se e se exprime,

com a mais sublime emoção que ela revele,

na solidão da criação que não oprime.

A inspiração é o tempo certo de quem sonha,

é a anímica metade que povoa

a abstração, se a vida torna-se enfadonha,

a arte vem e a emoção nos abençoa.

Na epiderme do silêncio, a tatuagem

da criação é mais que amor, é fantasia

de cada artista que se solta na viagem

que o sonho traça, colorindo a alma vazia.

O meu antídoto da dor... que é tão humana,

é cada instante relevante do que sinto,

meu sentimento é muito mais que tela plana,

é meu momento de voar, se canto... ou pinto.

O meu tesouro é cada verso que me vem,

é a pintura, a escultura, o som... enfim,

é a sensação de ser feliz que me faz bem,

quando o amor desfaz a dor... dentro de mim.

Às 11h e 53min do dia 23 de fevereiro de 2022 do Río de Janeiro, Marechal Hermes, Brasil.

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